Zerou tudo.
Ter a melhor campanha, o artilheiro, a maior goleada (e em um clássico), a revelação do campeonato... De nada adianta mais.
Ao mesmo tempo, ter jogado muito mal pela terceira partida seguida contra mais um risível adversário (mesmo que neste jogo de ontem o time não estivesse "nem aí"), fazer uma badalação digna de flapress em cima de um menino de 17 anos que está longe de justificar esta onda toda , ter problemas nas duas laterais, ter seu melhor jogador do elenco com uma contusão muscular a cada 10 dias... Isso também fica para trás.
Chegou aquela velha e conhecida hora de separar os homens dos meninos. Entrar para ganhar esta Taça Guanabara é obrigatório e fundamental para a afirmação deste grupo e consequentemente para a sequência do ano. E a principal questão é: o que podemos de fato esperar?
A grande atração deste campeonato está concentrada nos ataques dos quatro principais times do Rio de Janeiro. O chamado e decantado império do amor de Adriano e Vagner Love, o rapidíssimo ataque do Fluminense com Fred e Maicon (neste momento ambos contundidos), o dupla estrangeira de Herrera e Loco Abreu e a nossa igualmente respeitável dupla, Carlos Alberto e Dodô.
Inegavelmente, por mais que você possa preferir um ou outro, os ataques praticamente se equivalem.
Então, se os ataques dos quatro grandes se equivalem, a diferença que pode virar diferencial pode estar em outro setor. E neste caso nós podemos ganhar a semifinal e a final com nosso meio de campo, principalmente com nossos volantes. Não existe no Brasil hoje um time que tenha quatro volantes do nível dos que temos, os três titulares e o reserva imediato. Qualquer trinca entre os quatro daria conta do recado. Hoje, para mim, qualquer que seja a trinca não pode prescindir de Nilton na entrada da área (porque é o que melhor joga nesta posição) e de Souza, que para mim, no Brasil, só não joga mais do que Hernanes (nesta posição, claro). Então, se completamos o setor com Leo Gago ou Rafael Carioca, dá no mesmo (eu prefiro o último).
É ali, nesta região do campo, que temos que ganhar o jogo. Imprimir uma marcação forte e técnica sobre Conca no sábado e sobre Kléberson numa possível final contra os mulambos (porque se for o Botafogo, marcar o Lucio Flávio é BEM mais fácil).
Nilton recuar alguns metros para auxiliar na marcação dos segundos atacantes (Maicon/Alan, Vagner Love ou Herrera); e, PRINCIPALMENTE, sair com passes certos quando roubarmos as bolas, e este é o maior diferencial. Nossos volantes sabem fazer isso muito bem (é só lembrar as grandes atuações dos três contra o Botafogo) e se chamarem a responsabilidade para si, resolvem os jogos.
Mais do que nunca vascaínos, lotem o Maracanã no sábado! Adiem suas viagens, cancelem; vamos fazer do Maracanã uma Apoteose da torcida mais maravilhosa do Mundo!
Por denúncias completas, ou chega
Eu estava devendo uma resposta sobre este assunto para vários leitores que me perguntaram.
A administração anterior do Vasco foi a pior da nossa história, e eu não preciso ter conhecido todas as outras para concluir isso. Cercou-se de gente sem capacidade porque era presunçosa demais para precisar de ajuda inteligente.
Nela ganhamos um mísero estadual em 8 anos. Nela vimos Beto, Fabio Baiano e outros mulambos jogarem com nossa camisa. Nela ficamos 8 anos sem patrocínio e quando o conseguimos, tínhamos o vigésimo terceiro do Brasil. Nela vivemos eliminações vergonhosas para Baraúnas e XV de Novembro de Campo Bom em São Januário. Nela consolidamos a construção da maior dívida entre os clubes brasileiros, até então escondida em um balanço que finalmente foi auditado por uma empresa top de linha, a KPMG. Nela uma sede linda e que nos enche de orgulho foi destruída somente para que lá não fossem realizadas eleições determinadas pela justiça (tem uma galera preocupadíssima com o calabouço hoje em dia, que nem se manifestou quando ela foi quebrada... Estranho a beça). Nela brigamos com o Brasil inteiro e construímos uma imagem de clube antipático que levará anos para ser removida. Precisa de mais?
A avaliação é técnica, e horrorosa. O torcedor do Vasco não precisa de denúncias de corrupção incompletas para avaliar o desastre que foi. Isso já foi medido e decidido. Aquele modelo de gestão NUNCA mais volta ao nosso querido clube, acabou.
Denúncia tem que ser feita com provas e provas completas. Exemplo: remessa de dinheiro para paraíso fiscal, saindo de uma conta do Vasco para uma conta do Vasco lá, não quer dizer absolutamente nada.
É estranho? É. Suspeito? É. Implica em fraude? Não. Só significa fraude se alguém for a Nassau e descobrir que este dinheiro foi gasto de forma fraudulenta. Então, se é necessário provar, ou se divulga com provas completas, ou é jogar pra galera.
Isto é algo que o Vasco tem que decidir. Ou se apura toda e qualquer denúncia que aparece, e elas são inúmeras, ou paramos com esta historinha de ficar fofocando e acusando os outros sem prova alguma para mostrar.
O Vasco de hoje é só fofoca, política, bravata e pouca gente querendo realmente ajudar.
Jogos no calor
É um verdadeiro absurdo colocar jogadores para entrar em campo às 17 horas do horário de verão do Rio de Janeiro. No jogo de ontem nosso Fernando Prass passa mal e o locutor, o mesmo que cometeu o sacrilégio de comparar o até hoje muito improdutivo Philippe com Lionel Messi, nada diz. Finge que não vê.
O que a Globo diz oficialmente desse absurdo? E se alguém morrer, de quem é a culpa?
Aliás, porque não tivemos parada técnica ontem? Onde esta o Sindicato dos Jogadores de Futebol? E o Ministério Público, que às vezes aparece para "defender" os interesses dos jogadores?
Em Tempo
- O novo Presidente do Conselho dos Beneméritos convocou o poderoso Conselho para uma reunião na próxima terça feira. Será uma ótima oportunidade para verificarmos se a intenção declarada do ex-presidente de ajudar a administração e não apenas arrumar confusão será cumprida. Se for na linha declarada por ele, ok. Se for na linha me contada por um amigo lá da turma que o apóia, complica. Porque o que eu ouvi é que será guerra sem tréguas... E em semana de semifinal! Alguém se lembra de algo parecido no passado recente?
- De qualquer forma urge que cobremos da atual diretoria o projeto de reforma estatutária do nosso Vasco. Chega deste negócio de 18.000 sócios terem metade da força dos votos porque se juntam a 150 que detém os outros 50% dos votos. O Vasco é grande demais para ficar a mercê de possíveis currais eleitorais.
- Isso pode soar como chamar a atenção para um concorrente, mas convido todos os meus leitores a visitarem o site www.semprevasco.com.br e lá procurarem a coluna de estréia do meu amigo Jairo Filho. Jairo foi convidado para escrever lá sobre a política do Vasco numa coluna quinzenal. O sucesso da primeira semana o fez mudar de idéia e agora ele volta a escrever nesta semana. Diferentemente da maioria dos moleques de 30 anos que dizem que “entendem de Vasco”, Jairo entende de Vasco mesmo. Para quem gosta de ler sobre política vascaína aqui, eu ainda estou engatinhando... Vai lá.
- Péssima a solução que o nosso promissor treinador deu ao problema da lateral esquerda ontem. Se no primeiro estava ruim com um zagueiro torto na lateral, no segundo piorou com três zagueiros e Leo Gago na ala esquerda. Mesmo não achando o menino dos juniores grandes coisas, era melhor entrar com um especialista. Urgente: precisamos contratar ao menos um lateral esquerdo para a reserva de Marcio Careca.
Abraços a todos!