segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Zaiba e o desejo de Ser (Carta Manifesto Zaiba)

Há quanto tempo eu não me sentia assim,
tão sereno, tão sereninho,
tão longe, tão fora , tão dentro de mim
como há muito eu não me sentia
por essa imensidão sem fim.

(Vander Poeta)


Zaiba e o desejo de Ser

O que aqui se produz não quer nada e por isso mesmo quer tudo. Não se quer agradar enquanto se entender tal palavra como um ter prazer na satisfação de expectativas pré-concebidas. Assim, não há intenção alguma da banda Zaiba em reproduzir estados mentais já petrificados pela secularização moral, religiosa ou científica. Cada vez que há Zaiba há o novo, há admiração, há criação e espanto do não mesmo que sempre retorna de modo singular. Sem querer nada. Sem intenção de imitar a outros nem a si mesmo. Por isso não se pode definir isso que se dá antes que se dê, e mesmo depois de tal ainda sim não se pode discriminar com precisão o que é isso, o Zaiba, pois o novo se mostra sempre com surpresa e aí só nos cabe admiração do que se dá, sem nome, sem delineamentos, sem desejo que deseje além do próprio existir. Desejo de ser, nada mais.

A princípio, por se tratar de uma banda de música, tais palavras podem confundir longamente aqueles que esperam da mesma uma feitora de simples momentos de distração, horas para relaxar. Isso Zaiba, se não oferece, é porque não tem intenções de ser um entretenimento, mas sim instantes de interiorização e, para alguns, isso é algo extremamente perturbador. A distância de si mesmo faz com que digamos que se está fora de si, mas o estar fora (não de si, mas do que me esconde de mim, do fora) pode ser um estar dentro. Há quem diga: “estava longe com meus pensamentos, por isso não te ouvi”. Diz-se isso como se estivesse se afastado de si, fora, mas, na verdade, se estava dentro, dentro de si, se ouvindo mais, se sabendo mais, mas quando assim estamos, por vezes julgamos erroneamente estarmos fora quando, na verdade, estamos dentro. A música do Zaiba quer trazer pra dentro isso que sempre deixamos do lado de fora, por isso ela quer tudo, mas para isso é preciso que o que deixamos dentro, guardado, onde pomos nossa confiança, nossas certezas, aquelas coisas que garantem a nossa identidade e impedem que nos percamos, é preciso que justamente isso seja posto pra fora e se permita então abrir-se ao não-eu para perceber daí que se eu sou é porque eu sou desde outro, não desde mim mesmo, e é no e pelo reconhecimento do outro que eu me faço isso que sou. O que sou o sou desde outro. É a diferença que me identifica, mas não pode ela isolar-me, numa auto-ilusão de que me basto a mim mesmo e ao outro nada devo. Tais reflexões poderiam ser tomadas ainda em âmbito ético, moral, religioso, político, mas nos atemos aqui à estética da música transcendental.

Um possível pré-conceito diante disso que música é, ou deve ser, o que deve transmitir e que papel deve exercer poderia tornar inviável a experiência estética produzida pelo Zaiba. Portanto, abandonemos por algumas horas o nosso egoísmo, que tanto nos limita a conhecer o outro, sendo este uma música, uma oração ou uma pessoa. Que as túnicas que nos cobrem vos sejam sinal de unidade, abnegação e simplicidade e não recordações inadequadas concebidas pelo cinema moderno onde o paramento é apenas um figurino descartável. O que nos cobre nos revela e o que daí se mostra em véu se transformará à quem consigo e com o todo ainda não se encontrou. Que a luz do fogo dada nas chamas das velas percorram cômodos que à muito não se deparavam com algo diferente da escuridão. Zaiba não é o verso nem o inverso, simplesmente é, por desejo de ser; não é isso nem aquilo; Zaiba é Espírito.

“Ficai atentos porque não sabeis o dia nem a hora”.

domingo, 20 de dezembro de 2009

O Poder da Música!

Que bom que ainda consigo me surpreender com a musica. Nos passeios a noite era capaz de se ouvir uma infinidade de sons, de instrumentos, leveza e pegada algo muito vibrante.
Uma música com instinto, encorpada e singela, uma musica nova que me fez ficar surpreso e ainda bem que isso continua a ocorrer. A música está presente no nosso cotidiano, ela tem o poder de nos influênciar nas decisões, mudar destinos e caminhos a serem trilhados, tudo isso pode acontecer devido a força que a música exerce sobre nós. Um som que me surpreedeu tanto a sim foi a banda texana chamada Midlake, ao escutar 2 de seus discos, nota se claramente a necessidade que eles tem de se superar a cada faixa do disco, de surpreender a cada melodia, e tudo bem arranjado. O som deles é muito particular mas ao mesmo tempo muito comum, influências notáveis como Jethro Tull, Pink Floyd, e um pouco de bandas conteporâneas como o Radiohead.
Aparentemente poderia se dizer que com essas referências musicais seria praticamente impossível o som não ser bom, mas tudo depende de como se encaixa cada influência no seu trabalho. Só me resta dar os parabens pros "caras" e torcer que eles continuem a se superar e a inovar, que por sinal eles tem feito muito bem.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Sem Budismo - (Paulo Leminski)

Poema que é bom
acaba zero a zero.
Acaba com.
Não como eu quero.
Começa sem.
Com, digamos, certo verso,
veneno de letra,
bolero. Ou menos.
Tira daqui, bota dali,
um lugar, não caminho.
Prossegue de si.
Seguro morreu de velho,
e sozinho.

[do livro Distraídos Venceremos]

A ansiedade da partida mesclada com a angustia de poder voltar ao inicio de tudo.


Este final de semana ouvi uma frase do meu amigo Rafael Figueira, que muito me chamou a atenção, ela está atrelada a um monte de sentimentos que estão tomando conta de mim. Assim ele disse: " A melhor coisa de sair de Iconha é a sensação de poder voltar a Iconha!".

Foi essa frase que ficou martelando na minha cabeça ate eu escrever esse texto, que vocês estão lendo agora. A sensação de um dia poder voltar a terra natal deve ser muito prazerosa, eu vivo um misto de ansiedade e medo, mas o medo esta ai para ser enfrentado e vencido.

Essa sensação estranha muito me cativa e me motiva a vencer os obstáculos, que certamente virão. Serão muitas mudanças em minha vida de uma vez só, nova casa, nova cidade, novas rotinas (o casorio está incluso). Espero poder responder bem a todos esses desafios. E um dos mais importante é vencer na minha carreira profissional, com isso conto a ajuda da minha fiel "escudeira" a Senhorita Lilian Simioni, tarefa dura ela encontrará pela frente.

Bom mas a saudade irá gritar com certeza da familia, dos amigos e de Iconha que não tem nada de bom para se fazer, mas um dia foi o "meu parque de diversões". A saudade dos amigos já sinto a um bom tempo, pois todos os "irmãos" já estão bem longe, o que irá mudar será apenas a distância, que ficará ainda maior. A mudança traz a ansiedade de presente, algo que é inevitável.
Quero um dia sim poder repetir a mesma frase do meu amigo Figueira, e com toda a propriedade do mundo também poder dizer: " A melhor coisa de sair de Iconha é a sensação de poder voltar a Iconha!".
Sonho em encontros futuros com a nossa roda de amigos, discutindo assuntos da menor importância, e as vezes alguns da maior importância na nossa Iconha. E porque não se visitando nos respectivos domicilios, pois a minha casa também será dos meu amigos, e tenho certeza que o inverso também se repetirá!

Amigos me desejem muita sorte.
Um grande abraço a todos!

sábado, 12 de dezembro de 2009

O novo Vasco vem ai...e navegando com planejamento!


Agora a caravela cruzmaltina está sob nova direção, alias com um novo comandante, Vagner Mancini. Confesso que gostei da escolha, de todos que estavam disponiveis no mercado da bola esse era um dos poucos (e bota poucos nisso) que me agradavam. Ele tem um perfil muito parecido com o do Dorival Jr (o preferido).

Falando em contratações, fato que tem me agradado bastante, está valendo a pena se ter um direto executivo profissional no clube, o Rodrigo caetano esta montando um bom time para o ano de 2010, não creio que este timepossa vir a se tonar multicampeão, mas o estadual e a copa do Brasil se forem bem trabalhadas podemos beliscar. Rodrigo com um homem de planejamento que, desde sua chegada, estruturou e organizou acertadamente as áreas técnicas do Vasco. Todos nós lembramos, ainda em 2008, a confusão generalizada entre as declarações do departamento de futebol de um diretor ali e de outro acolá. O próprio presidente Roberto Dinamite se via em contradição frequentemente porque o departamento de futebol parecia não ter direção. Rodrigo chegou e literalmente colocou ordem na casa.

Temos visto a falência de determinados argumentos até então absolutamente consolidados no futebol. O primeiro deles – e o mais relevante – foi a morte da matemática. Nos últimos anos, racionalizaram tudo em nome da estruturação matemática dos jogos, com estatísticas, gráficos e a proliferação das planilhas de Excel tentando trazer para o mundo cartesiano as inflexões platônicas que o futebol sempre teve. Elas acabam de cair por terra: o Fluminense tinha 98% de risco de rebaixamento e ficou na Série A; os mega-treinadores ovacionados por suas peripécias administrativas e sua eterna falação tática foram banidos em um campeonato vencido por um interino inexperiente. Desculpem, sinceramente, com todo respeito, mas, depois dessa, matemático para mim virou Mãe Dinah. Previsão é para quem acredita! Não existe lógica nem efeito comprovado! Quem sabe o futuro é Deus! O resto é resto!

Agora é só torcer para que o gigante da colina possa dar a torcida o que ela merece. Titulos!


Frase da Semana: “Todo mundo tenta, mas só o urubu consegue se passar por hexa sem nunca ter sido penta”!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Assim falou Estamira...




"A minha missão, além d'eu ser Estamira, é revelar a verdade." Quem é esta mulher, este ser que em meio a tanto caos é capaz de dizer coisas tão coerentes? Estamira soa como uma "profetiza" nos tempos modernos. Mulher sofrida, assim como os grandes "mártires". Não quero aqui transforma-la em uma, mas é inegavél a sua capacidade de impressionar.

"A Terra disse, ela falava, agora que ela ja tá morta, ela disse que então ela não seria testemunha da nada."


Mulher de batalha, foi abandonada por 2 maridos, e estuprada por alumas vezes. Teve muita dor em sua vida, parace que a bondade dos homens passou longe dela e que "Deus" na sua visão é o grande responsavél pela loucura humana.

" Que Deus é esse, que Jesus é esse que só fala em guerra e em não sei o quê!? Não é ele que é o próprio trocadilo?"


Sobre a ganância humana e a inocência Estamira diz: "Os inocentes, não tem mais inocentes, tem é experto ao contrario!"


Estamira viveu (ou ainda vive) boa parte de sua vida trabalhando em um lixão da cidade do Rio de Janeiro. Existe um documentário altamente premiado, que leva o seu nome e conta sua história de vida, fantástica e ao mesmo tempo sombria. Estamira é a loucura mais sã que já ouvi e conheci.

" Tem o lúcido, daquele que escrevi lá. Que o lúcido é isso aqui. Tem o ciente!"


Estamira é o abstrato, " Eu Estamira sou a visão de cada um. Ninguem pode viver sem mim!". Estamira parece falar também por "parábolas" sobre os acontecimentos da vida e o controle da mesma.

" Tem o controle remoto superior natural, e tem o controle remoto artificial..."


Estamira é essa complexidade de pensamentos, Estamira é o que você imaginar.